"O Português é indeciso e inquieto, como as
nuvens em que as suas montanhas se continuam e as ondas em que as suas campinas
se prolongam." - Teixeira de Pascoaes (1877 - 1952)
A Arte de Ser Português não é uma obra para
principiantes, trata-se de uma fina substância literária que exige um prévio conhecimento relativamente sólido no campo da história e cultura portuguesas, tudo encimado por uma
vasta noção orgânica - isto talvez até seja o mais importante - da mentalidade
e psicologia social portuguesas.
O génio de Pascoaes é inaudito pelos simples facto de
não existir nenhum outro vulto da cultura portuguesa que se assemelhe em estilo
ou substância à mensagem que este nos quer transmitir. Fervorosamente
nacionalista, Teixeira de Pacoaes foi o pensador português que mais contributos
deu para o desenvolvimento de um nacionalismo místico e espiritual genuinamente
português. Pascoaes acabou por inventar um novo Portugal nas suas visões
expressas em a Arte de Ser Português. Porém, este novo Portugal não
existia - nem nunca existiu - a não ser na fértil imaginação de Pascoaes que
idealizava uma nação composta por características sócio-culturais que só a ele
pertenciam. O maior erro de Pascoaes terá sido talvez o de nunca se ter
apercebido de que o seu Portugal ideal não passava de uma invenção sua.
A "alma pátria", elemento importantíssimo
para se compreender a noção mística e espiritual que Pascoaes tinha da Nação
Portuguesa, deveria de ser ressuscitada através da leitura da sua obra de forma
a que pudessem nascer "bons portugueses" dignos desse nome. Repare-se
que este suposto nascimento a que alude Pascoaes não é no sentido literal, mas
no sentido de um despertar espiritual da Nação Portuguesa.
Teixeira de Pascoaes considerava que a Arte de Ser
Português era uma obra que encerrava em si não um valor literário de alta
importância, mas sim, verdades que ele julgava como sendo inalienáveis ao povo
português. Por este motivo, para Pascoaes, a sua obra deveria de ser estudada e
comentada nos cursos de Literatura e História Nacional, considerando o mesmo
que se poderia ainda criar um novo curso de liceu baseado exclusivamente nas
matérias tratadas no seu livro, pois este abordava sinteticamente as matérias
que eram tratadas em quase todos os cursos de liceu da época.[1] A Arte de
Ser Português foi escrita com o objectivo declarado de ser uma obra
pedagógica para educar a Nação Portuguesa no sentido de a auxiliar a
"reencontrar" as características que definem Portugal e os seus
habitantes.
Para Pascoaes, ser-se português não era apenas uma
arte no sentido tradicional do termo, mas sim, uma arte de grande alcance
nacional e por esse mesmo motivo digna de cultura. O objectivo declarado da Arte
de Ser Português é iniciar um movimento patriótico com vista a obter a "renascença
de Portugal" que no entender de Pascoaes só seria possível através da
reintegração do povo português no carácter que por tradição e herança lhe
pertence. Pascoaes não deixa, porém, de ter em conta que uma tal "renascença
de Portugal" seria apenas possível se os portugueses adquirissem uma
nova actividade no domínio moral e social, devendo esta por sua vez ser
subordinada a um objectivo comum de ordem superior.[2]
As Descobertas foram para Pascoaes o início da obra do
povo português e este não deixa de ser crítico ao considerar que desde então os
portugueses como que adormeceram, tendo deixado a Nação cair num estado de
decadência generalizada.
Pascoaes dedica um considerável esforço a caracterizar
e descrever as características daquilo que ele considera ser a "raça
portuguesa”, entendida não apenas no conceito antropológico próprio da época do
autor, mas também no da dimensão espiritual dessa “raça” que segundo o
mesmo possui qualidades espirituais únicas e bastante distintas de outros
povos. Para Pascoaes, o conceito de "raça" é acima de tudo um conceito místico e espiritual que se define por constituir “um certo número de
qualidades electivas, (num sentido superior) próprias de um Povo, organizado em
Pátria, isto é, independente, sob o ponto de vista político e moral.”[3]
Para Pascoaes uma “raça” possui as
características de um ser vivo e como tal a devemos considerar.[4] O carácter é
a expressão total das qualidades de uma “raça” que são conservadas e
transmitidas pela herança e tradição que definem a mesma.[5] Seguindo a lógica
de Pacoaes, Portugal constitui o berço de uma “raça”, a "raça
portuguesa", pelo facto de existir uma língua comum para todos os seus
habitantes, uma literatura comum, uma história comum e uma actividade moral comum.
No entanto, Pascoaes destaca que destes factores os mais importantes são a
língua e a história nacionais.[6] Portugal também é simultâneamente uma Pátria
porque é uma “raça” politicamente independente e senhora do seu
destino.[7] As Descobertas não foram para Pascoaes uma obra peninsular, mas sim
uma obra exclusivamente portuguesa e fruto da iniciativa aventureira que
caracteriza a “raça portuguesa”.[8]
O conceito de Pátria formulado por Teixeira de
Pascoaes é um conceito espiritual e que está intimamente ligado à própria
Humanidade. No entanto, é necessário ter-se em conta que Teixeira de Pascoaes
não é um supra-nacionalista, ou seja, Teixeira de Pascoaes não concebe a Nação
ou Pátria apenas como um meio para o internacionalismo que visa aniquilar as
nações, reduzindo as mesmas a um mero conceito abstracto. Bem pelo contrário,
para Pascoaes a Pátria está para a Humanidade como o indivíduo está para a
sociedade. Tentar destruir a Pátria é um absurdo, pois tal seria tornar os
homens todos iguais, colocando-os a todos dentro da mesma fórmula jurídica.
Pascoaes considera mesmo que “a lei escrita não pode revogar o que a vida
legislou”.[9]
No campo da família, Pascoaes considera o casamento
como uma instituição que para além de ser um acto religioso, deve ser também um
acto de sacrifício para com os filhos, ao invés de ser um acto de egoísmo,
sensualidade e dissolvência.[10] Do ponto de vista político, foi por intermédio
da vida municipal que entre nós a família começou a existir politicamente.[11]
Por este mesmo motivo, imediatamente a seguir aos deveres da família, o "bom
português" deverá cumprir sempre os seus deveres de "munícipe".
O município constitui para Pascoaes “um certo
número de famílias casadas pela paisagem, por alguns laços de sangue e ainda
por interesses económicos e uma tradição histórica e religiosa”.[12]
Pascoaes relega assim para segundo plano a origem latina e os fins
colonizadores que o município teve originariamente.[13]
O munícipe exemplar concebido por Pacoaes deve
compreender e conhecer e história do seu município, através do estudo das suas
características especiais na economia, na linguagem, na paisagem, etc… para que
possa compreender melhor as suas aspirações de progresso.[14] Este “bom
português” deve cultivar em si o patriota, que abrange o indivíduo, o pai e
o munícipe e os excede, criando assim um novo ser espiritual mais complexo,
caracterizado por uma profunda lembrança étnica e histórica e um profundo
desejo concordante que será a repercussão sublimada no futuro da voz secular
daquela herança ou lembrança.[15]
Teixeira de Pascoaes dá uma atenção particular à “alma
pátria” e à origem da mesma. Esta "alma pátria" ou “alma
lusíada” terá tido a sua origem na fusão dos antigos povos que habitaram a
península e na paisagem portuguesa.[16]
Pascoaes manifesta também uma evidente preocupação em
relação à natureza das relações do homem para com a paisagem que o envolve,
podendo mesmo considerar-se que há profundas preocupações ecológicas na sua
obra. A sacralização da natureza levada a cabo pelo autor, determina uma
relação de profundo respeito do homem pela paisagem e o cuidado com a sua
preservação. É na região de Entre-Douro-e-Minho, que Pascoaes considera que o Portugal
de terra se exibe em alto e nítido relevo. É portanto nesta região que o
escriba da Arte de Ser Português considera que devemos de estudar a
paisagem como uma fonte psíquica da “raça portuguesa”.[17]
“O doloroso drama transmontano e o bucólico idílio
minhoto, fundem-se, na região do Tâmega, numa paisagem original que é o próprio
busto panteísta do génio dos lusíadas”.[18]
Para Pascoaes, se exceptuarmos as planícies do
Alentejo, monótonas e como que adormecidas num antigo e vago sonho mourisco, e
os desnudos planaltos transmontanos de uma hostil e amarela aridez judaica, a
paisagem portuguesa é quase toda igual àquela que é banhada pelo Tâmega.[19] A
paisagem representa um grande papel na nossa existência como portugueses, pois
ela tem sobre nós um poder de herança, igual ao dos fantasmas avoengos.[20]
Pascoaes considera que o verdadeiro significado da
palavra sangue é herança. Os glóbulos vermelhos carregam dentro da sua
microscópica esfera, antigos espectros que ressurgem e vão definindo continuadamente
o carácter dos indivíduos e dos povos.[21] É no sangue que gritam velhas
tragédias, murmuram velhos sonhos, velhos diálogos com Deus e com a terra,
esperanças, desilusões, terrores e heroísmos que desenham em tintas vivas o
cenário e a acção das nossas almas.[22] O sangue é a memória e este contém em
si a presença de fantasmas que nos dominam e dirigem.[23] Há um diálogo
misterioso entre a voz da terra e a voz do sangue e é este diálogo que revela
os verdadeiros caracteres da nossa íntima fisionomia portuguesa.[24]
A Península Ibérica foi anteriormente habitada por
diversos povos de que descendem os actuais castelhanos, bascos, andaluzes,
galegos, catalães, portugueses, etc…[25] Os referidos povos, pertenciam de
acordo com Pascoaes, a dois ramos étnicos distintos e diferenciados entre si
por estigmas de natureza física e moral.[26]
Um destes ramos é o “Ariano” e o outro é o “Semita”.
O ramo “Ariano” criou a civilização greco-romana, o culto plástico da
forma, a beleza concebida dentro da realidade próxima e tangível, o Paganismo.
O ramo “Semita”, por sua vez, deu origem à civilização Judaica, à
Bíblia, ao culto do Espírito, à unidade divina e à beleza concebida para além
da matéria.[27] A Deusa Vénus constitui a suprema flor do Naturalismo
grego, sendo a Virgem Dolorosa a suprema flor do Espiritualismo Cristão. A
primeira simboliza o amor carnal que continua a vida, a segunda simboliza o
amor ideal que a purifica e diviniza.[28]
O ramo “Ariano” trouxe à Ibéria o Naturalismo
enquanto que o “Semita” nos legou o Espiritualismo.[29] Foram os povos destes
dois ramos étnicos tão distintos que se misturaram na Península Ibérica através
da miscigenação dando assim origem às Nacionalidades que Castela submeteu à
sua hegemonia com a excepção de Portugal.[30]
De acordo com Pascoaes, o sangue “Ariano” e o
sangue “Semita”:
“equivalendo-se em energia transmissora de heranças,
deram à “raça” lusitana as suas próprias qualidades superiores, que, em vez de
se contradizerem – pelo contrário – se combinaram amorosamente, unificando-se
na bela criação da alma pátria”.[31]
Para Teixeira de Pascoaes o escritor português é muito
mais espontâneo e emotivo do que intelectual.[32] É na poesia que aparece a
alma de um Povo, no que ela tem de mais profundo e misterioso.[33] O poeta é
para Pascoaes o escultor espiritual de uma Pátria, o revelador-criador do seu
carácter em mármore eterno de harmonia.[34]
Pascoaes considera ainda que a obra portuguesa mais
representativa da "raça portuguesa" é o Cancioneiro Popular.
Esta obra não é apenas uma obra satírica e amorosa como muitos a têm
considerado, ela é antes de mais uma obra religiosa, anunciando o nosso
misticismo panteísta.[35]
O Cancioneiro Popular, apesar de ser pobre do
ponto de vista estritamente poético, representa a maior riqueza de poesia que
Portugal possui. Nele estão perpétuadas de acordo com Pascoaes a "alma
pátria" que pelo seu estudo pode dar origem ao renascimento de
Portugal. É a partir desta "alma pátria" que nasce o romance,
o poema, a tragédia, o drama, a filosofia, a estátua e a lei do Estado. O Cancioneiro
Popular em conjunto com a obra de Camões constituiem os dois fundamentos
indestrutíveis da “raça portuguesa".[36]
O "idealismo saudoso" no qual se
funde o espírito e a matéria, a vida e a morte, é o nosso próprio misticismo, a
essência do Cristianismo português.[37] O pensamento de Teixeira de Pascoaes
manifesta assim uma particular forma de religiosidade, que provém desde logo
desta presença de Deus na natureza e da sua evidenciação nela. O autor concebe
uma ordem na natureza, um princípio teleológico alheio ao acaso que deixa supor
uma inteligência ordenadora que presida às transformações da realidade. Segundo
esta concepção, o esforço humano será para penetrar o Mistério da vida e do
cosmos.[38]
Na língua portuguesa há todo um conjunto de vocábulos
altamente expressivos sobre o que a nossa sensibilidade possui de mais íntimo e
característico e por isso sem equivalentes nas outras línguas. Porém, Pascoais
considera que há uma palavra que é animada pelos dois princípios religiosos que
definem a alma pátria, esta é a palavra Saudade.
A Saudade para Pascoaes, transcende o mero sentimento
individual, para assumir uma dimensão ontológica e metafísica. Na mesma medida
em que todo o Universo "é a expressão cósmica da saudade"
enquanto "infinita lembrança da esperança", a Saudade
psicológica e individual, assume, enquanto o homem partilha a condição do
mundo, uma dimensão metafísica. Enquanto o homem como um ser finito e
imperfeito aspira à perfeição de ser, a Saudade assume uma dimensão
ontológica.[39]
Pelo desejo e pela dor, a Saudade representa o sangue
e a terra de que transcende a nossa “raça”.[40] Foi na Saudade que
arianos e semitas encontraram a sua divina síntese espiritual.[41] A Saudade
pelo desejo, em virtude da própria natureza do desejo, é também a esperança,
assim como é “lembrança” pela dor.[42]
A Saudade encarada do ponto de vista existencial leva
o autor a conceber a natureza como sagrada, uma vez que a Saudade do mundo é
também a Saudade de Deus, de um Deus presente nas próprias coisas. É a
divindade que se apropria de si mesma na evolução da natureza, pelo que
Pascoaes postula a sacralização da mesma natureza. Deus existe antes e
independentemente do homem; no entanto a vida confere-lha o próprio homem.[43]
O pensamento de Teixeira de Pascoaes manifesta assim
uma particular forma de religiosidade, que provém desde logo desta presença de
Deus na natureza e da sua evidenciação nela. O autor concebe uma ordem na
natureza, um princípio teleológico alheio ao acaso que deixa supor uma
inteligência ordenadora que presida às transformações da realidade. Nesta lógica. todo o
esforço humano será para penetrar o Mistério da vida e do cosmos.[44]
O Saudosismo manifesta ainda um carácter messiânico e
profético aceitando Pascoaes o advento de uma nova "era lusíada".[45]
A Saudade é também uma via para o conhecimento: por ela abre-se uma via para
uma mundividência, uma concepção geral da existência. O "pensamento
poético" de Teixeira de Pascoaes enforma a expressão da possibilidade
de conhecimento que se abre pela via da saudade. O conhecimento poético é
simultâneamente estético, metafísico e ontológico: estético porque o que lhe é
próprio se conhece pelo sentimento, metafísico e ontológico porque o seu
horizonte é o da verdade que manifesta um carácter transcendente.[46]
Pascoaes considera os portugueses como sendo um povo
nada filósofo, pois o povo português não abrange num só golpe de vista os
conhecimentos humanos, ele subordina-os a uma lógica perfeita e nova que os
interpreta[47] num todo harmonioso.
O português, por natureza, não gosta de interpretar nem
o mundo, nem a vida, pelo contrário, ele contenta-se em vivê-la exteriormente e
tem por isso um verdadeiro horror à filosofia imaginando encontrá-la em tudo
aquilo que ele não entende.[48]
A nível de Jurisprudência, Pascoaes considera que esta
deriva em Portugal das leis godas e romanas e que a dos últimos tempos não
passa de um cópia muito inferior de leis estrangeiras que desnatura por
completo o corpo jurídico do Estado.[49]
No campo da religião o povo deve encontrar o culto
religioso dos seus avós, primeiro na figura homérica de Viriato e depois em D.
Afonso Henriques que Pascoaes descreve como um: “rude estatuário de uma
Pátria que as últimas gerações têm mutilado”.[50]
Teixeira de Pascoaes atribuiu determinadas qualidades
inegáveis à alma pátria. A primeira destas qualidades é o “espírito
messiânico” dos portugueses e este é para Pascoaes o que há de mais
transcendente na “personalidade lusitana”. É através deste "espírito
messiânico" que compete aos portugueses realizar a missão de "renascença
pátria".[51]
O “Messianismo” é portanto:
“a espiritualização da aventura, a sua incidência
religiosa no infinito, o móbil humano divinizado e individualizado
superiormente; o ideal da família e pátria excedido”.[52]
Outra qualidade da “alma pátria portuguesa” é o
“sentimento de independência e liberdade”. O antigo português foi livre
no sentido verdadeiro da palavra. As descobertas nasceram da sua própria força
criadora. Portugal foi uma nação livre enquanto foram portuguesas as suas
obras; enquanto soube realizá-las, obedecendo apenas à sua vontade vitoriosa.[53]
No entanto, Pascoaes possui também um agudo sentido
crítico e aponta os defeitos da “alma pátria”. O primeiro grande defeito
da “alma pátria" lusitana é a “falta de persistência”. Os
portugueses são um povo pouco persistente nas suas obras e por isso a obra
empreendida, muitas vezes morre no seu início. A "vil tristeza"
é outro defeito dos portugueses que Pascoaes destaca.[54]
Os portugueses são ainda um povo com o defeito da “inveja”
e da “vaidade susceptível”, ou seja, um povo vaidoso e que se ofende com
facilidade. Pascoaes destaca que este último defeito é comum aos povos que em
tempos foram grandes e decaíram. Os portugueses são hoje um povo inferior e
pobre, mas consideram-se ainda possuidores dos bens arruinados. Continuam a
viver em sonho o seu poderio perdido.[55]
Pascoaes destaca ainda mais dois defeitos inerentes à “alma
pátria” portuguesa. São estes a “intolerância” e o “espírito de
imitação”, a decadência que hoje afecta o povo português destrói-lhe
simultâneamente a faculdade inventiva e iniciadora.[56]
Os defeitos referidos não atingem felizmente todas as
classes sociais e representam principalmente a quebra do “espírito de
sacrifício” que em tempos caracterizou os portugueses e a quebra da relação
entre o indivíduo e o seu destino de chefe de família e patriota.[57]
A Arte de Ser Português de Pascoaes, encerra em
si um valor metafísico que se define por ser essencialmente uma declaração de
amor incondicional a Portugal, a Pátria que o autor "defendia
vibrantemente, sem concessões, numa saudade infinita e bela".[58]
Pascoaes compreendeu acima de tudo que não é com um espírito derrotista e de
rebaixamento que os portugueses poderão reencontrar a sua grandeza perdida.
Muito pelo contrário, se Portugal quiser voltar a ser Portugal, então ele terá
de recuperar o “espírito de sacrifício” e dedicação que em tempos o
caracterizou. A “alma lusíada” ou "alma pátria" está
adormecida e só com o seu despertar é que poderemos assistir a um renascimento
de Portugal.
___________________________________________________
Notas:
[1] TEIXEIRA, de Pascoaes - Arte de Ser Português.
Assírio & Alvim, 3ª edição, Lisboa, 1998, pág: 5.
[2] IDEM, Op. cit., pág: 9.
[3] IDEM, ibid., pág: 10.
[4] IDEM, ibid., pág: 10.
[5] IDEM, ibid., pág: 11.
[6] IDEM, ibid., pág: 17.
[7] IDEM, ibid., pág: 20.
[8] IDEM, ibid., pág: 19.
[9] IDEM, ibid., pág: 29.
[10] IDEM, ibid., pág: 41.
[11] IDEM, ibid., pág: 42.
[12] IDEM, ibid., pág: 46.
[13] IDEM, ibid., pág: 45-46.
[14] IDEM, ibid., pág: 46.
[15] IDEM, ibid., pág: 48.
[16] IDEM, ibid., pág: 53.
[17] IDEM, ibid., pág: 53.
[18] IDEM, ibid., pág: 54.
[19] IDEM, ibid., pág: 54.
[20] IDEM, ibid., pág: 55.
[21] IDEM, ibid., pág: 55.
[22] IDEM, ibid., pág: 56.
[23] IDEM, ibid., pág: 56.
[24] IDEM, ibid., pág: 56.
[25] IDEM, ibid., pág: 56.
[26] IDEM, ibid., pág: 56.
[27] IDEM, ibid., pág: 56.
[28] IDEM, ibid., pág: 57.
[29] IDEM, ibid., pág: 57.
[30] IDEM, ibid., pág: 57.
[31] IDEM, ibid., pág: 58
[32] IDEM, ibid., pág: 67.
[33] IDEM, ibid., pág: 67.
[34] IDEM, ibid., pág: 67.
[35] IDEM, ibid., pág: 68.
[36] IDEM, ibid., pág: 70.
[37] IDEM, ibid., pág: 73.
[38] TEIXEIRA, Dulcineia - Teixeira de Pascoaes. Link:
http://cvc.instituto-camoes.pt/filosofia/1910a.html
[39] IDEM, Op. cit..
[40] TEIXEIRA, de Pascoaes - Op. cit., pág: 76.
[41] IDEM, ibid., pág: 76.
[42] IDEM, ibid., pág: 76.
[43] TEIXEIRA, Dulcineia, Op. cit..
[44] IDEM, ibid.
[45] IDEM, ibid.
[46] IDEM, ibid.
[47] TEIXEIRA, de Pacoaes - Op. cit., pág: 77.
[48] MOTA, Pedro Teixeira da - Teixeira de Pascoaes.
Link: http://fundacaomaitreya.com/artigo.php?ida=428
[49] TEIXEIRA, de Pascoaes - Op. cit., pág: 78.
[50] IDEM, ibid., pág: 83.
[51] IDEM, ibid., pág: 91.
[52] IDEM, ibid., pág: 91
[53] IDEM, ibid., pág: 92.
[54] IDEM, ibid., pág: 99-100.
[55] IDEM, ibid., pág: 101.
[56] IDEM, ibid., pág: 103-104.
[57] IDEM, ibid., pág: 104.
[58] REVISTA SOTAQUES - Arte de Ser Português.
08 de Novembro de 2012. Link:
http://sotaquesbrasilportugal.wordpress.com/2012/11/08/arte-de-ser-portugues/
João José Horta Nobre
Julho de 2014